Serra e Dilma fazem acerto para a Cesp

Ministra aceita prorrogar concessão de usinas em troca de compromisso de governador de não vender controle da empresa de energia

Ministra aceita prorrogar concessão de usinas em troca de compromisso de governador de não vender controle da empresa de energia

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o governador José Serra (PSDB) chegaram a um acordo na última quinta-feira a respeito do futuro da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou a negociação, de acordo com o que apurou a Folha.
Pelo acordo, Serra não privatizará mais a companhia, mas venderá ações até o limite em que ela se mantenha sob controle estatal. Em troca, Dilma prometeu que o governo federal prorrogará as concessões de duas usinas hidrelétricas da Cesp, Jupiá e Ilha Solteira, responsáveis pela maior parte da receita da estatal.
Segundo a Folha apurou, o acordo deverá ser tornado público em breve. O acerto contempla o desejo do governo federal de que a Cesp não seja privatizada. Ao mesmo tempo, a prorrogação das concessões valorizará a empresa, o que interessa a Serra.
Bastidores da Cesp
A negociação sobre o destino da Cesp foi difícil e demorada, apesar de Serra e Dilma terem demonstrado boa relação pessoal, de acordo com técnicos que acompanharam a negociação. Ambos são potenciais candidatos à Presidência em 2010 e têm interesse em vender realizações administrativas.
Do ponto de vista político, interessa a Serra que Dilma se viabilize como a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o governador, um terceiro pólo na disputa presidencial de 2010 lhe ajudaria a enfrentar dois obstáculos. Internamente, Serra avalia que seria mais fácil conquistar a candidatura do PSDB, derrotando o também presidenciável tucano e governador de Minas, Aécio Neves. Externamente, o fortalecimento de Dilma enfraqueceria a chance de um adversário figadal de Serra, o ex-governador e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE).
Dilma sempre se mostrou contrária à privatização da Cesp. Ex-ministra de Minas e Energia, ela gosta da área energética. Na visão de Dilma, o Estado de São Paulo já obtivera a amortização de todo o investimento feito na Cesp. Entregá-la à iniciativa privada seria um prêmio.
Já Serra tinha interesse na venda da companhia para obter recursos para realizar obras até o final de seu mandato, em 2010. No final de março passado, fracassou uma tentativa de leilão para privatizar a companhia. Na época, Serra creditou parte do fracasso à indefinição do governo sobre a eventual prorrogação da concessão das usinas de Jupiá e Ilha Solteira.
Pelo contrato atual, a Cesp deve devolver as duas usinas à União em 2015 -prazo final da concessão. A prorrogação prometida por Dilma permitirá a Serra vender ações da Cesp a preços maiores. Serra gostaria de renovar o prazo de concessão por 30 anos. O governo paulista argumenta que uma resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) permitiria a renovação das concessões, mas há ainda a possibilidade de que isso possa ser feito por meio de lei aprovada pelo Congresso Nacional.

MONÓXIDO DE CARBONO,INIMIGO INVISÍVEL,VENENO MORTAL.

MONÓXIDO DE CARBONO,INIMIGO INVISÍVEL,VENENO MORTAL. A distribuição de gás por redes é um serviço público, controlado pelo Estado através da Companhia de Gás do Ceará – CEGÁS. Esse serviço melhora a qualidade de vida dos habitantes do país. A CEGÁS alerta sobre os perigos que o monóxido de carbono representa para os usuários do serviço de distribuição Gás Natural canalizado, igualmente para aqueles que utilizam outros combustíveis como lenha, GLP, carvão vegetal, casca de castanha de caju, óleo combustível. Os acidentes por inalação de monóxido de carbono são freqüentes, podendo produzir danos severos ao organismo e causar até a morte. Muitas pessoas morrem a cada ano no Brasil em conseqüência da intoxicação por monóxido de carbono. A maioria destes casos estão relacionados com o uso de aquecedores de água ou dispositivos à gás instalados de forma incorreta ou deficiente, ou localizados em ambientes carentes da ventilação adequada. Em geral, a maior quantidade de acidentes por inalação de monóxido de carbono ocorre no inverno, mas também acontecem em outras épocas do ano, especialmente em imóveis desabitados por períodos prolongados ou por descuido na manutenção das instalações de gás. A prevenção para evitar esta tragédia é de responsabilidade prioritária dos próprios usuários. Eles contam com as ferramentas mais eficazes e diretas para atuar. O que é monóxido de carbono? O monóxido de carbono é um gás altamente venenoso para as pessoas e animais, pois se une totalmente com o ar e é difícil de se detectar. Não tem cor (incolor) Não tem odor (inodoro) Não tem sabor (insípido) Não irrita os olhos, nem o nariz. Como se produz este gás tóxico? Todo material combustível necessita de oxigênio para queimar. Quando a quantidade de oxigênio é insuficiente, a combustão é incompleta, com uma maior formação de monóxido de carbono. Também há formação de gás carbônico, mas este não é tóxico. Que equipamentos o produz? Todo equipamento que utilize algum dos combustíveis mencionados pode produzir monóxido de carbono se não for assegurada o fornecimento suficiente de oxigênio ao queimador. Portanto, pode haver produção de monóxido de carbono em calefadores, tanques térmicos, estufas, cozinhas, aquecedores, lampiões, lareiras, braseiros, churrasqueiras, fornos, caldeiras e motores a combustão. As estatísticas indicam que os equipamentos que mais ocasionam acidentes nos lares são os chuveiros a gás, quando estão instalados em banheiros ou dependências inapropriadas ou quando há dutos defeituosos com vazamento de gás. A maioria dos casos de mortes por inalação de monóxido de carbono está relacionada com instalações irregulares, com o deslocamento ou ausência de dutos de ventilação e com equipamentos deteriorados ou carentes de manutenção. As intoxicações são mais freqüentes em época de frio, pois as pessoas fecham as portas e venezianas e nem sempre se dão conta das redes de ventilação permanente exigidas pela regulamentação vigente. Também há incidentes em áreas de veraneio, onde as instalações permanecem inativas por longos períodos. Pode ocorrer que os pássaros construam seus ninhos tapando os dutos de evacuação, onde há danos despercebidos para o usuário, como amassaduras ou deslocamento dos dutos, dentre outros. Como se pode reconhecer se há monóxido de carbono em um ambiente? Há claros indícios que são presença de monóxido de carbono, tais como: • Coloração amarela ou laranja da chama, em vez de azul. • Presença de manchas, alteração na coloração dos equipamentos, nos dutos de evacuação ou em volta dos mesmos. Como atua sobre a saúde das pessoas? O monóxido de carbono entra no organismo através dos pulmões e desde já, por transformações químicas, passa ao sangue onde reduz a capacidade do transporte do oxigênio, afetando deste modo o cérebro e o coração. Os sintomas se confundem com uma gripe ou uma intoxicação alimentar. • Uma intoxicação leve tem como sintomas: debilitação, cansaço e tendência ao sono, dor de cabeça, náuseas e vômitos, dor no peito e aceleração do pulso na primeira fase. • Uma intoxicação grave pode produzir: temperatura corporal baixa, inconsciência, respiração irregular, convulsões, pulso lento e ou irregular, pressão arterial baixa e mesmo a morte. O paciente que sobreviveu a uma intoxicação grave pode apresentar lesões no cérebro e problemas de memória irreversíveis. Na maioria dos casos, pode durar várias semanas em recuperação e haver recaídas em um processo de restabelecimento aparente. Veja gráfico abaixo: Os acidentes por inalação de monóxido de carbono podem ser evitados As intoxicações e mortes produzidas por inalação de monóxido de carbono podem ser evitadas. A prevenção é a melhor forma de reduzir acidentes. A CEGÁS informa sobre o uso correto dos equipamentos, adverte sobre os possíveis riscos de uma utilização inadequada e difunde estes conselhos para que os cidadãos possam tomar as medidas necessárias em defesa de sua segurança: 1. Realize uma revisão periódica de seus equipamentos por um profissional qualificado. 2. Respeite as normas técnicas e regulamentadas de instalação. 3. Permita sempre a entrada do ar no ambiente desde seu exterior: às vezes uma brecha pode salvar a vida. 4. Verifique se a chama dos equipamentos é de cor azul; se for de outra cor (amarela, alaranjada ou roxa) estão funcionando de forma defeituosa. Nesse caso, chame um profissional qualificado para que revise o equipamento e a ventilação. 5. Certifique-se de que as saídas dos gases ao exterior estão livres de obstruções e instaladas de formar regulamentada, já que a maioria dos casos fatais tem como origem dutos defeituosos. 6. Não utilize fornalhas e fornos de cozinha para calefacionar o ambiente; é sumariamente perigoso. 7. Reinstale corretamente os dutos de evacuação (chaminés ou saídas para o exterior) que tenham sidos retirados para trabalhos de manutenção. As conseqüências podem ser fatais. 8. Veja no rodapé da sua fatura de gás, lá você encontrará telefones úteis para consultas, emergências ou reclamações. 9. Verifique, no momento de efetuar a compra de equipamentos a gás, que possuam selo do INMETRO.

Cresce consumo de gás natural

O consumo de gás natural pelas indústrias brasileiras cresceu de uma média diária de 27,92 milhões de metros cúbicos por dia em maio para 28,36 milhões de metros cúbico/dia em junho. Os dados fazem parte do balanço mensal do mercado de gás realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e confirmam a tendência de crescimento do consumo industrial do combustível, que vem subindo, gradativamente, desde março.

O Ministério avalia que o crescimento da demanda por gás nas fábricas indica recuperação da atividade industrial após a pior fase da crise econômica mundial. O documento do MME revela ainda que a oferta de gás nacional no mercado teve uma importante redução – de três milhões de metros cúbicos diários – de um mês para o outro. Isso aconteceu, segundo o governo, por causa da realização de serviços de manutenção em unidades de produção na Bacia de Campos.

Para compensar a menor oferta de gás nacional, a solução foi aumentar ligeiramente a compra de gás boliviano em cerca de 0,4 milhão de metros cúbicos por dia e elevar a regaseificação de Gás Natural Liquefeito em Pecém (CE). Segundo o MME, a unidade cearense operou na segunda metade de julho com volumes médios de 2,4 milhões de metros cúbicos por dia.

Queda na importação de gás já é de US$ 388 mi

De janeiro a julho deste ano as importações do gás boliviano natural, que entra no País por Corumbá, tiveram redução de US$ 388 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.

Foram US$ 992.618.488 comprados pela Petrobrás nos primeiros sete meses do ano, ao passo em que no mesmo período do ano passado foram US$ 1.380.751.005. A redução é de 28%.

Isso se deve principalmente à redução do volume importado, conforme mostram os dados da balança comercial.

Enquanto de janeiro a julho do ano passado foram importados 5.076.265.313 kg líquidos do produto neste ano foram 3.678.419.909, o que corresponde a um volume 27,53% menor.

O governador, André Puccinelli (PMDB) tem reiterado que a Petrobras estaria fazendo uma manobra para subfaturar o valor de parte do combustível comprado da Bolívia, que seria enquadrando, indevidamente, em uma faixa de volume que tem menor preço.

Segundo ele, foram montados grupos de trabalho, na Petrobras e no governo estadual, para confrontar os números relativos ao gás.

O combustível responde por parte expressiva do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) recolhida em Mato Grosso do Sul.

Preço do GNV segue em queda no País

O motorista que utiliza Gás Natural Veicular (GNV) comemorou mais uma vez na hora de abastecer seu veículo. Em julho, as bombas registraram redução de 1,11% no preço cobrado pelo metro cúbico (m³) do combustível, que passou a custar R$ 1,703. A queda é modesta, mas se somada aos últimos quatro meses, já representa uma economia de 7,93% no bolso do motorista brasileiro. Diesel e biodiesel tiveram redução de 3,02% e 2,99%, respectivamente, enquanto o álcool e a gasolina apresentaram leves variações, que não chegam a 0,5%. Esses são os dados da última pesquisa realizada pelo Ticket Car, produto de gestão de despesas veiculares da Ticket.

Com as variações, o litro do diesel no Brasil passa a custar em média R$ 2,108; biodiesel, R$ 2,103; álcool, R$ 1,760 e gasolina R$ 2,671.

O levantamento também indicou os Estados em que é mais vantajoso abastecer com álcool ou gasolina. Em vinte deles e no Distrito Federal, o etanol continua como melhor opção para os motoristas, sendo São Paulo o local com a maior diferença entre os dois combustíveis (48,9%), seguido por Mato Grosso (46,4%), Paraná (44,3%) e Goiás (42,5%). Os proprietários de veículos flex devem dar preferência à gasolina no Acre, Amapá, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima. Desses, o Acre apresenta o melhor custo-benefício. A diferença sobre o etanol chega a 29,8% . (Veja abaixo tabela completa).

O Ticket Car faz mensalmente esse levantamento. Profissionais verificam junto aos mais de oito mil postos credenciados à sua rede os preços médios dos dois combustíveis nos 26 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. O objetivo do Ticket Car com esse serviço é agregar valor às operações de seus clientes, oferecendo consultoria contínua para gestores e usuários. Além de reduzir os custos com abastecimento, os dados fornecidos também são úteis no momento de definir se vale ou não a pena comprar automóveis bicombustível em sua região.[ www.ticket.com.br/ticketcar].

De acordo com Marcelo Nogueira, gerente de Negócios Especialista do Ticket Car, o gasto com combustíveis é um dos principais custos de uma frota. “É preciso tomar cuidado, pois, apesar de mais barato, a autonomia do veículo com o álcool é, em média, 30% menor. Assim, para ser vantajosa a sua utilização, o preço do litro também precisa ser 30% menor”, informa.

No mercado desde 1990, inicialmente apenas para abastecimento, o Ticket Car é uma linha de produtos e serviços para gestão de despesas de veículos, que inclui Gestão de Abastecimento e Manutenção, serviços de Assistência 24h, Administração de bomba de combustíveis interna, entre outros. O Ticket Car traz economia média de até 20% na gestão de frotas empresariais e é um produto que opera 100% em cartão. Atualmente atende a mais de cinco mil empresas-clientes. Ao todo, são 260 mil veículos geridos, atendidos por meio de 10 mil estabelecimentos credenciados.

 

Golar Winter já está no Brasil

O FSRU Golar Winter, afretado pela Petrobras da Golar LNG, já está no Brasil. A embarcação, que passou por conversão no Estaleiro Keppel Fels, em Cingapura, está fundeada na Baía de Guanabara para desembaraço alfandegário. O navio será destinado ao terminal de GNL do Rio de Janeiro.

O Golar Winter tem capacidade para o transporte de 20 milhões de m³ de gás natural. A embarcação, junto com o Golar Spirit – afretado para o terminal de GNL de Pernambuco – demandam investimentos da ordem de US$ 90 milhões por ano.

O terminal de GNL da Baía de Guanabara está orçado em US$ 112 milhões e terá capacidade para regaseificar 14 milhões de m³/dia de gás natural. A Petrobras construiu um gasoduto de 15 km, sendo 10 km de dutos submarinos e 5 km em terra, que ligará o terminal à Reduc, onde foi construída uma estação de compressão. De lá, o energético entra na malha de dutos.

Petróleo e gás natural podem não ser fósseis

Teorias famosas

O Universo originou-se de uma descomunal explosão, conhecida como Big Bang. O petróleo e o gás natural são combustíveis fósseis. Estas são provavelmente as duas teorias científicas mais disseminadas, de maior conhecimento do público e algumas das que alcançaram maior sucesso em toda a história da ciência.

Elas são tão populares que é fácil esquecer que são exatamente isto – teorias científicas, e não descrições de fatos testemunhados pela história. Mesmo porque as duas oferecem explicações para eventos que se sucederam muito antes do surgimento do homem na Terra.

Teoria dos combustíveis fósseis

Segundo a teoria dos combustíveis fósseis, que é a mais aceita atualmente sobre a origem do petróleo e do gás natural, organismos vivos morreram, foram enterrados, comprimidos e aquecidos sob pesadas camadas de sedimentos na crosta terrestre, onde sofreram transformações químicas até originar o petróleo e o gás natural.

É com base nesta teoria que chamamos as principais fontes de energia do mundo moderno de “combustíveis fósseis” – porque seriam resultado de restos modificados de seres vivos.

Teoria do petróleo abiótico

Muito menos disseminado é o fato de que esta não é a única teoria para explicar o surgimento do petróleo. Na verdade, esta teoria hegemônica vem sendo cada vez mais questionada por um grande número de cientistas, que defendem que o petróleo tem uma origem abiótica, ou abiogênica – sem relação com formas de vida.

Os defensores da teoria abiótica do petróleo têm inúmeros argumentos. Por exemplo, a inexistência de fenômenos geológicos que possam explicar o soterramento de grandes massas vivas, como florestas, que deveriam ser cobertas antes que tivessem tempo de se decompor totalmente ao ar livre, juntamente com a inconsistência das hipóteses de uma deposição do carbono livre na atmosfera no período jovem da Terra, quando suas temperaturas seriam muito altas.

A deposição lenta, como registrada por todos os fósseis, não parece se aplicar, uma vez que as camadas geológicas apresentam variações muito claras, o que permite sua datação com bastante precisão. Já os depósitos petrolíferos praticamente não apresentam alterações químicas variáveis com a profundidade, tendo virtualmente a mesma assinatura biológica em toda a sua extensão.

Além disso, os organismos vivos têm mais de 90% de água e mesmo que a totalidade de sua massa sólida fosse convertida em petróleo não haveria como explicar a quantidade de petróleo que já foi extraída até hoje.

Outros fenômenos geológicos, para explicar uma eventual deposição quase “instantânea,” deveriam ocorrer de forma disseminada – para explicar a grande distribuição das reservas petrolíferas ao longo do planeta – e em grande intensidade – suficiente para explicar os gigantescos volumes de petróleo já localizados e extraídos.

Carbono do interior da Terra

Por essas e por outras razões, vários pesquisadores afirmam que nem petróleo, nem gás natural e nem mesmo o carvão, são combustíveis fósseis. Para isso, afirmam eles, o ciclo do carbono na Terra deveria ser um ciclo fechado, restrito à crosta superficial do planeta, sem nenhuma troca com o interior da Terra. E não há razões para se acreditar em tal hipótese.

Na verdade, aí está, segundo a teoria dos combustíveis abióticos, a origem do petróleo, do gás natural e do carvão: eles se originam do carbono que é “bombeado” continuamente pelas altíssimas pressões do interior da Terra em direção à superfície.

É possível sintetizar hidrocarbonetos a partir de matéria orgânica, e estes experimentos foram, por muitos anos, o principal sustentáculo da teoria dos combustíveis fósseis.

Mas agora, pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu demonstrar experimentalmente a síntese do etano e de outros hidrocarbonetos pesados em condições não-biológicas. O experimento reproduz as condições de pressão e temperatura existentes no manto superior, a camada da Terra abaixo da crosta.

Metano e etano abióticos

A pesquisa foi feita por cientistas do Laboratório de Geofísica da Instituição Carnegie, nos Estados Unidos, em conjunto com colegas da Suécia e da Rússia, onde a teoria do petróleo abiótico surgiu e tem muito mais aceitação acadêmica do que em outras partes do mundo.

O metano (CH4) é o principal constituinte do gás natural, enquanto o etano (C2H6) é usado como matéria-prima petroquímica. Esses dois hidrocarbonetos, juntamente com outros associados aos combustíveis de origem geológica, são chamados de hidrocarbonetos saturados porque eles têm ligações únicas e simples, saturadas com hidrogênio.

Utilizando uma célula de pressão, conhecida como bigorna de diamante, e uma fonte de calor a laser, os cientistas começaram o experimento submetendo o metano a pressões mais de 20 mil vezes maiores do que a pressão atmosférica ao nível do mar, e a temperaturas variando de 700° C a mais de 1.200° C. Estas condições de temperatura e pressão reproduzem as condições ambientais encontradas no manto superior da Terra, entre 65 e 150 quilômetros de profundidade.

No interior da célula de pressão, o metano reagiu e formou etano, propano, butano, hidrogênio molecular e grafite. Os cientistas então submeteram o etano às mesmas condições e o resultado foi a formação de metano. Ou seja, as reações são reversíveis.

Essas reações fornecem evidências de que os hidrocarbonetos pesados podem existir nas camadas mais profundas da Terra, muito abaixo dos limites onde seria razoável supor a existência de matéria orgânica soterrada.

Reações reversíveis

Outro resultado importante da pesquisa é que a reversibilidade das reações implica que a síntese de hidrocarbonetos saturados é termodinamicamente controlada e não exige a presença de matéria orgânica.

“Nós ficamos intrigados por experiências anteriores e previsões teóricas,” afirma Alexander Goncharov, um dos autores da pesquisa. “Experimentos feitos há alguns anos submeteram o metano a altas pressões e temperaturas, demonstrando que hidrocarbonetos mais pesados se formam a partir do metano sob condições de temperatura e pressão muito similares. Entretanto, as moléculas não puderam ser identificadas e era provável que houvesse uma distribuição.”

“Nós superamos esse problema com nossa técnica aprimorada de aquecimento a laser, que nos permitiu aquecer um volume maior de maneira mais uniforme. Com isso, descobrimos que o metano pode ser produzido a partir do etano”, declarou Goncharov.

Hidrocarbonetos gerados no interior da Terra

“A ideia de que os hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre e contribuem para a formação dos reservatórios de óleo e gás foi levantada na Rússia e na Ucrânia muito anos atrás. A síntese e a estabilidade dos compostos estudados aqui, assim como a presença dos hidrocarbonetos pesados ao longo de todas as condições no interior do manto da Terra agora precisarão ser exploradas,” explica outro autor da pesquisa, professor Anton Kolesnikov.

“Além disso, a extensão na qual esse carbono ‘reduzido’ sobrevive à migração até a crosta, sem se oxidar em CO2, precisa ser descoberta. Essas e outras questões relacionadas demonstram a necessidade de um programa de novos estudos teóricos e experimentais para estudar o destino do carbono nas profundezas da Terra,” conclui o pesquisador.

 

Consumo de gás natural mostra recuperação na indústria

Dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) mostram que as vendas totais do insumo no País recuaram 19,3% em junho deste ano em relação a junho de 2008, de 50,43 milhões de metros cúbicos por dia para 40,69 milhões de metros cúbicos.
O consumo de gás natural segue a trajetória de recuperação verificada em maio. Dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) mostram que as vendas totais do insumo no País recuaram 19,3% em junho deste ano em relação a junho de 2008, de 50,43 milhões de metros cúbicos por dia para 40,69 milhões de metros cúbicos. Porém, a retração do total consumido excluindo-se as usinas térmicas, ou seja, o consumo de residências, do comércio, de indústrias, automotivo e outros, foi de 14,2%, de 37,75 milhões de metros cúbicos por dia para 32,37 milhões de metros cúbicos. Essa redução é inferior ao porcentual de 17,9% de maio de 2009 sobre igual mês de 2008. Isso sinaliza uma recuperação do mercado em geral, notadamente o industrial.

De acordo com os dados das distribuidoras, o consumo industrial em junho de 2009 somou 22,14 milhões de metros cúbicos, queda de 18,99% sobre os 27,33 milhões de metros cúbicos por dia apurados em igual intervalo do ano passado. O volume do mês passado, no entanto, é 5,7% superior aos 20,93 milhões de metros cúbicos por dias registrados pela entidade em maio deste ano. Além de uma ligeira melhora na atividade econômica, pesa a favor da retomada da demanda industrial os leilões de curto prazo da Petrobras. As licitações permitiram às concessionárias recuperarem os clientes que migraram do gás natural para o óleo combustível no início deste ano em razão da menor competitividade do gás.

O consumo das termelétricas, por sua vez, voltou a registrar uma desaceleração em junho. Em relação a junho de 2008, a retração verificada foi de 34,3%. A queda está relacionada à diminuição da produção de energia pelas termelétricas com a recuperação dos reservatórios hídricos da Região Sul – de maneira geral, o consumo das térmicas caiu este ano porque o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem usado mais as hidrelétricas para geração de eletricidade, em razão das boas chuvas no Norte, Nordeste e Sudeste.

A Abegás também registrou recuo de 15,4% nas vendas de gás natural veicular (GNV) em junho de 2009 em relação a igual mês de 2008. Esse mercado tem sido impactado pela alta no preço do GNV e pela maior competitividade do álcool combustível. O consumo do setor comercial recuou 7,3% no período. Em contrapartida, as vendas para o setor residencial cresceram 4,38%. O consumo para cogeração, amplamente usado na indústria em seus processos produtivos, cresceu 12,4%.

 

ANP divulga o volume de petróleo e gás natural produzido em março de 2009

Foi publicado no Diário Oficial da União em 27 de julho de 2009.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis publicou, no Diário Oficial da União, o Despacho do Diretor Nelson Narciso Filho, tornando público o volume de petróleo e gás natural produzido em março de 2009 por campo e produção e a relação dos Estados, Municípios e Órgãos Federais indenizados a título de Royalties, além dos respectivos valores creditados em 20 de maio de 2009, mês de competência março de 2009