O presidente da CEGÁS, Hugo Figueirêdo, reuniu-se na última sexta-feira, em São José dos Campos (SP), com o reitor do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), Prof. Anderson Ribeiro Correia, com o objetivo de iniciar as discussões sobre parcerias tecnológicas com vistas a produção e distribuição de hidrogênio verde (H2V) destinado ao setor aéreo no Ceará.
Participaram também da reunião, o reitor da UFC (Universidade Federal do Ceará), Prof. Cândido Albuquerque, o pró-reitor de Relações Internacionais e Desenvolvimento Institucional da UFC, Prof. Augusto de Albuquerque, representantes do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER).
Desde o início do ano, a UFC vem trabalhando, ao lado do Governo do Estado do Ceará e da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), na modelagem e implantação de um hub (polo de distribuição) da cadeia de hidrogênio verde que inclui o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), localizado a 60 km de Fortaleza.
Até agora, todos os projetos anunciados visam especialmente a exportação do H2V produzido, aproveitando a conexão existente entre o Pecém e o Porto de Roterdã, na Holanda — acionista do CIPP e principal porta de entrada de combustíveis do continente europeu.
O hub já conta com cinco empresas oficialmente interessadas: Enegix, White Martins, Qair, Fortescue e EDP, além de mais de uma dezena de companhias na fila de negociação.
Aposta mundial de matriz energética renovável, países como Alemanha, França, Estados Unidos, China e Japão tem metas ambiciosas de utilização do hidrogênio verde nos próximos anos.
Segundo Figueirêdo, que graduou-se em engenharia no ITA, as instituições participantes do encontro têm potencial para desenvolver no Ceará um centro multidisciplinar de pesquisas, envolvendo tecnologias relativas ao hidrogênio verde, particularmente, o destinado ao setor aéreo.
Recentemente, a EMBRAER divulgou novas imagens e deu detalhes sobre sua mais nova aeronave. O modelo é um turbo-hélice que será voltado para a aviação regional, e entre as principais novidades anunciadas estão a posição dos motores do avião, que serão instalados na cauda da aeronave, e a possibilidade de abastecimento com hidrogênio.
De acordo com o presidente da CEGÁS, o biorrefino, contando com a demanda futura por combustíveis mais limpos para frotas pesadas e aviação, é um dos caminhos para desenvolver atividades industriais na região a partir do hidrogênio verde.
Em 2020, a CEGÁS sediou seminário nacional do ProQr, um programa do Governo Federal, articulado com o Governo Alemão, que tem como objetivo desenvolver projetos de combustíveis alternativos sem impactos climáticos para a aviação.
Organizado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Fraport e a GIZ, Agência de fomento e inovação da Alemanha, o evento reuniu pesquisadores, empresas e discutiu um arranjo institucional para implantar a primeira planta piloto de Combustíveis Alternativos para a aviação no Ceará.
A ideia dessa planta piloto é implantar uma rede de energia elétrica renovável (eólica ou solar) para produzir a partir da água do ar, o Hidrogênio, e produzir o bioquerosene de aviação com as especificações que superem as exigências da regulação mundial.
Figueirêdo afirma que a CEGÁS espera ser pioneira no Brasil com a injeção de hidrogênio verde na sua rede de distribuição, tal qual fez com o biometano, em 2017.
“Acreditamos que, da mesma forma que a CEGÁS foi a primeira a injetar o biometano na rede, seremos a primeira distribuidora a injetar ou ter uma operação de hidrogênio verde 100%”, afirmou.
O reitor da UFC destacou seu otimismo com as parcerias a serem firmadas a partir da reunião em São José dos Campos. “O ITA realiza pesquisa de referência, e isso nos possibilitou um diálogo muito bom com a EMBRAER. Daqui, surgirão acordos e protocolos importantíssimos para que a gente possa melhorar a participação da UFC e do Governo do Estado do Ceará como protagonistas no desbravar dessa nova fronteira, que é o hidrogênio verde”, avaliou o reitor Cândido Albuquerque.
*com a assessoria de comunicação da UFC
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