As tendências do mercado brasileiro e novas parcerias para o segmento de gás natural foram alguns dos temas debatidos em reunião promovida ontem pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (ABEGÁS), na sede Companhia de Gás do Ceará (CEGÁS), em Fortaleza.
Antes do debate, ocorrido no evento que reuniu presidentes e representantes de 21 empresas distribuidoras de gás do Brasil, foi realizada a 82ª Assembleia Geral Extraordinária
de Associados da ABEGÁS.
O presidente da CEGÁS, Hugo Figueirêdo, falou sobre a experiência da empresa na distribuição de Gás Natural Renovável. Em abril do ano passado, a CEGÁS tornou-se a 1ª distribuidora do Brasil a injetar GNR na sua rede de distribuição. O GNR é produzido a partir de resíduos sólidos acumulados no ASMOC (Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia).
A CEGÁS investiu R$ 22 milhões na construção de uma estação de transferência e de um gasoduto de 23 km que transporta o gás natural produzido no ASMOC, que diariamente recebe cerca de 3 mil toneladas de resíduos sólidos domiciliares.
“A alternativa do gás natural renovável revelou-se confiável e também competitiva e sustentável, com impactos em toda a cadeia produtiva do gás natural”, disse Figueirêdo.
Mats Eklund, professor da Linköping University e pesquisador do Biogás Research Center, da Suécia, falou sobre as oportunidades de desenvolvimento de parcerias no suprimento de gás natural renovável com o seu país. Após mostrar exemplos concretos de uso do energético, Eklund disse que o GNR já é produzido e usado em diversas cadeias produtivas da Suécia. “O desafio que está colocado para o Brasil é ampliar o potencial de uso do Biogás, um energético que agrega valores como sustentabilidade e energia mais limpa”, disse.
O Gerente Executivo de Gás e Energia da Petrobras, Marcelo Cruz, se diz otimista com o potencial de crescimento do mercado de gás natural no Brasil e no mundo. Segundo ele, fatores como mudanças climáticas, crescente urbanização e transição da vida social e política para ambientes digitais influenciam na construção desta perspectiva otimista para o segmento.
“Esses e outros fatores convergem para que o crescimento da demanda regional e global se apresente como uma oportunidade para o mercado de gás natural”, afirmou.
Cruz destacou ainda elementos da estratégia da Petrobras para tornar o mercado de gás natural mais competitivo e para acelerar o crescimento da demanda do produto.
Fernando Alfredo Rabello Franco, presidente da Associação Brasileira de Agências de Regulação, destacou que uma das metas de sua gestão é fortalecer o papel das agências reguladoras no mercado de gás natural, por meio da oferta de uma política regulatória de qualidade, tendo sempre como referência critérios objetivos, procedimentos claros e uniformizados, respeitando as especificidades e características inerentes ao segmento.
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PAULO MOTA
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