Cresce consumo de gás natural

O consumo de gás natural pelas indústrias brasileiras cresceu de uma média diária de 27,92 milhões de metros cúbicos por dia em maio para 28,36 milhões de metros cúbico/dia em junho. Os dados fazem parte do balanço mensal do mercado de gás realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e confirmam a tendência de crescimento do consumo industrial do combustível, que vem subindo, gradativamente, desde março.

O Ministério avalia que o crescimento da demanda por gás nas fábricas indica recuperação da atividade industrial após a pior fase da crise econômica mundial. O documento do MME revela ainda que a oferta de gás nacional no mercado teve uma importante redução – de três milhões de metros cúbicos diários – de um mês para o outro. Isso aconteceu, segundo o governo, por causa da realização de serviços de manutenção em unidades de produção na Bacia de Campos.

Para compensar a menor oferta de gás nacional, a solução foi aumentar ligeiramente a compra de gás boliviano em cerca de 0,4 milhão de metros cúbicos por dia e elevar a regaseificação de Gás Natural Liquefeito em Pecém (CE). Segundo o MME, a unidade cearense operou na segunda metade de julho com volumes médios de 2,4 milhões de metros cúbicos por dia.

Queda na importação de gás já é de US$ 388 mi

De janeiro a julho deste ano as importações do gás boliviano natural, que entra no País por Corumbá, tiveram redução de US$ 388 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.

Foram US$ 992.618.488 comprados pela Petrobrás nos primeiros sete meses do ano, ao passo em que no mesmo período do ano passado foram US$ 1.380.751.005. A redução é de 28%.

Isso se deve principalmente à redução do volume importado, conforme mostram os dados da balança comercial.

Enquanto de janeiro a julho do ano passado foram importados 5.076.265.313 kg líquidos do produto neste ano foram 3.678.419.909, o que corresponde a um volume 27,53% menor.

O governador, André Puccinelli (PMDB) tem reiterado que a Petrobras estaria fazendo uma manobra para subfaturar o valor de parte do combustível comprado da Bolívia, que seria enquadrando, indevidamente, em uma faixa de volume que tem menor preço.

Segundo ele, foram montados grupos de trabalho, na Petrobras e no governo estadual, para confrontar os números relativos ao gás.

O combustível responde por parte expressiva do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) recolhida em Mato Grosso do Sul.

Preço do GNV segue em queda no País

O motorista que utiliza Gás Natural Veicular (GNV) comemorou mais uma vez na hora de abastecer seu veículo. Em julho, as bombas registraram redução de 1,11% no preço cobrado pelo metro cúbico (m³) do combustível, que passou a custar R$ 1,703. A queda é modesta, mas se somada aos últimos quatro meses, já representa uma economia de 7,93% no bolso do motorista brasileiro. Diesel e biodiesel tiveram redução de 3,02% e 2,99%, respectivamente, enquanto o álcool e a gasolina apresentaram leves variações, que não chegam a 0,5%. Esses são os dados da última pesquisa realizada pelo Ticket Car, produto de gestão de despesas veiculares da Ticket.

Com as variações, o litro do diesel no Brasil passa a custar em média R$ 2,108; biodiesel, R$ 2,103; álcool, R$ 1,760 e gasolina R$ 2,671.

O levantamento também indicou os Estados em que é mais vantajoso abastecer com álcool ou gasolina. Em vinte deles e no Distrito Federal, o etanol continua como melhor opção para os motoristas, sendo São Paulo o local com a maior diferença entre os dois combustíveis (48,9%), seguido por Mato Grosso (46,4%), Paraná (44,3%) e Goiás (42,5%). Os proprietários de veículos flex devem dar preferência à gasolina no Acre, Amapá, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima. Desses, o Acre apresenta o melhor custo-benefício. A diferença sobre o etanol chega a 29,8% . (Veja abaixo tabela completa).

O Ticket Car faz mensalmente esse levantamento. Profissionais verificam junto aos mais de oito mil postos credenciados à sua rede os preços médios dos dois combustíveis nos 26 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. O objetivo do Ticket Car com esse serviço é agregar valor às operações de seus clientes, oferecendo consultoria contínua para gestores e usuários. Além de reduzir os custos com abastecimento, os dados fornecidos também são úteis no momento de definir se vale ou não a pena comprar automóveis bicombustível em sua região.[ www.ticket.com.br/ticketcar].

De acordo com Marcelo Nogueira, gerente de Negócios Especialista do Ticket Car, o gasto com combustíveis é um dos principais custos de uma frota. “É preciso tomar cuidado, pois, apesar de mais barato, a autonomia do veículo com o álcool é, em média, 30% menor. Assim, para ser vantajosa a sua utilização, o preço do litro também precisa ser 30% menor”, informa.

No mercado desde 1990, inicialmente apenas para abastecimento, o Ticket Car é uma linha de produtos e serviços para gestão de despesas de veículos, que inclui Gestão de Abastecimento e Manutenção, serviços de Assistência 24h, Administração de bomba de combustíveis interna, entre outros. O Ticket Car traz economia média de até 20% na gestão de frotas empresariais e é um produto que opera 100% em cartão. Atualmente atende a mais de cinco mil empresas-clientes. Ao todo, são 260 mil veículos geridos, atendidos por meio de 10 mil estabelecimentos credenciados.

 

Golar Winter já está no Brasil

O FSRU Golar Winter, afretado pela Petrobras da Golar LNG, já está no Brasil. A embarcação, que passou por conversão no Estaleiro Keppel Fels, em Cingapura, está fundeada na Baía de Guanabara para desembaraço alfandegário. O navio será destinado ao terminal de GNL do Rio de Janeiro.

O Golar Winter tem capacidade para o transporte de 20 milhões de m³ de gás natural. A embarcação, junto com o Golar Spirit – afretado para o terminal de GNL de Pernambuco – demandam investimentos da ordem de US$ 90 milhões por ano.

O terminal de GNL da Baía de Guanabara está orçado em US$ 112 milhões e terá capacidade para regaseificar 14 milhões de m³/dia de gás natural. A Petrobras construiu um gasoduto de 15 km, sendo 10 km de dutos submarinos e 5 km em terra, que ligará o terminal à Reduc, onde foi construída uma estação de compressão. De lá, o energético entra na malha de dutos.

Petróleo e gás natural podem não ser fósseis

Teorias famosas

O Universo originou-se de uma descomunal explosão, conhecida como Big Bang. O petróleo e o gás natural são combustíveis fósseis. Estas são provavelmente as duas teorias científicas mais disseminadas, de maior conhecimento do público e algumas das que alcançaram maior sucesso em toda a história da ciência.

Elas são tão populares que é fácil esquecer que são exatamente isto – teorias científicas, e não descrições de fatos testemunhados pela história. Mesmo porque as duas oferecem explicações para eventos que se sucederam muito antes do surgimento do homem na Terra.

Teoria dos combustíveis fósseis

Segundo a teoria dos combustíveis fósseis, que é a mais aceita atualmente sobre a origem do petróleo e do gás natural, organismos vivos morreram, foram enterrados, comprimidos e aquecidos sob pesadas camadas de sedimentos na crosta terrestre, onde sofreram transformações químicas até originar o petróleo e o gás natural.

É com base nesta teoria que chamamos as principais fontes de energia do mundo moderno de “combustíveis fósseis” – porque seriam resultado de restos modificados de seres vivos.

Teoria do petróleo abiótico

Muito menos disseminado é o fato de que esta não é a única teoria para explicar o surgimento do petróleo. Na verdade, esta teoria hegemônica vem sendo cada vez mais questionada por um grande número de cientistas, que defendem que o petróleo tem uma origem abiótica, ou abiogênica – sem relação com formas de vida.

Os defensores da teoria abiótica do petróleo têm inúmeros argumentos. Por exemplo, a inexistência de fenômenos geológicos que possam explicar o soterramento de grandes massas vivas, como florestas, que deveriam ser cobertas antes que tivessem tempo de se decompor totalmente ao ar livre, juntamente com a inconsistência das hipóteses de uma deposição do carbono livre na atmosfera no período jovem da Terra, quando suas temperaturas seriam muito altas.

A deposição lenta, como registrada por todos os fósseis, não parece se aplicar, uma vez que as camadas geológicas apresentam variações muito claras, o que permite sua datação com bastante precisão. Já os depósitos petrolíferos praticamente não apresentam alterações químicas variáveis com a profundidade, tendo virtualmente a mesma assinatura biológica em toda a sua extensão.

Além disso, os organismos vivos têm mais de 90% de água e mesmo que a totalidade de sua massa sólida fosse convertida em petróleo não haveria como explicar a quantidade de petróleo que já foi extraída até hoje.

Outros fenômenos geológicos, para explicar uma eventual deposição quase “instantânea,” deveriam ocorrer de forma disseminada – para explicar a grande distribuição das reservas petrolíferas ao longo do planeta – e em grande intensidade – suficiente para explicar os gigantescos volumes de petróleo já localizados e extraídos.

Carbono do interior da Terra

Por essas e por outras razões, vários pesquisadores afirmam que nem petróleo, nem gás natural e nem mesmo o carvão, são combustíveis fósseis. Para isso, afirmam eles, o ciclo do carbono na Terra deveria ser um ciclo fechado, restrito à crosta superficial do planeta, sem nenhuma troca com o interior da Terra. E não há razões para se acreditar em tal hipótese.

Na verdade, aí está, segundo a teoria dos combustíveis abióticos, a origem do petróleo, do gás natural e do carvão: eles se originam do carbono que é “bombeado” continuamente pelas altíssimas pressões do interior da Terra em direção à superfície.

É possível sintetizar hidrocarbonetos a partir de matéria orgânica, e estes experimentos foram, por muitos anos, o principal sustentáculo da teoria dos combustíveis fósseis.

Mas agora, pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu demonstrar experimentalmente a síntese do etano e de outros hidrocarbonetos pesados em condições não-biológicas. O experimento reproduz as condições de pressão e temperatura existentes no manto superior, a camada da Terra abaixo da crosta.

Metano e etano abióticos

A pesquisa foi feita por cientistas do Laboratório de Geofísica da Instituição Carnegie, nos Estados Unidos, em conjunto com colegas da Suécia e da Rússia, onde a teoria do petróleo abiótico surgiu e tem muito mais aceitação acadêmica do que em outras partes do mundo.

O metano (CH4) é o principal constituinte do gás natural, enquanto o etano (C2H6) é usado como matéria-prima petroquímica. Esses dois hidrocarbonetos, juntamente com outros associados aos combustíveis de origem geológica, são chamados de hidrocarbonetos saturados porque eles têm ligações únicas e simples, saturadas com hidrogênio.

Utilizando uma célula de pressão, conhecida como bigorna de diamante, e uma fonte de calor a laser, os cientistas começaram o experimento submetendo o metano a pressões mais de 20 mil vezes maiores do que a pressão atmosférica ao nível do mar, e a temperaturas variando de 700° C a mais de 1.200° C. Estas condições de temperatura e pressão reproduzem as condições ambientais encontradas no manto superior da Terra, entre 65 e 150 quilômetros de profundidade.

No interior da célula de pressão, o metano reagiu e formou etano, propano, butano, hidrogênio molecular e grafite. Os cientistas então submeteram o etano às mesmas condições e o resultado foi a formação de metano. Ou seja, as reações são reversíveis.

Essas reações fornecem evidências de que os hidrocarbonetos pesados podem existir nas camadas mais profundas da Terra, muito abaixo dos limites onde seria razoável supor a existência de matéria orgânica soterrada.

Reações reversíveis

Outro resultado importante da pesquisa é que a reversibilidade das reações implica que a síntese de hidrocarbonetos saturados é termodinamicamente controlada e não exige a presença de matéria orgânica.

“Nós ficamos intrigados por experiências anteriores e previsões teóricas,” afirma Alexander Goncharov, um dos autores da pesquisa. “Experimentos feitos há alguns anos submeteram o metano a altas pressões e temperaturas, demonstrando que hidrocarbonetos mais pesados se formam a partir do metano sob condições de temperatura e pressão muito similares. Entretanto, as moléculas não puderam ser identificadas e era provável que houvesse uma distribuição.”

“Nós superamos esse problema com nossa técnica aprimorada de aquecimento a laser, que nos permitiu aquecer um volume maior de maneira mais uniforme. Com isso, descobrimos que o metano pode ser produzido a partir do etano”, declarou Goncharov.

Hidrocarbonetos gerados no interior da Terra

“A ideia de que os hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre e contribuem para a formação dos reservatórios de óleo e gás foi levantada na Rússia e na Ucrânia muito anos atrás. A síntese e a estabilidade dos compostos estudados aqui, assim como a presença dos hidrocarbonetos pesados ao longo de todas as condições no interior do manto da Terra agora precisarão ser exploradas,” explica outro autor da pesquisa, professor Anton Kolesnikov.

“Além disso, a extensão na qual esse carbono ‘reduzido’ sobrevive à migração até a crosta, sem se oxidar em CO2, precisa ser descoberta. Essas e outras questões relacionadas demonstram a necessidade de um programa de novos estudos teóricos e experimentais para estudar o destino do carbono nas profundezas da Terra,” conclui o pesquisador.